Eu acho que me perdi em algum lugar do tempo e do espaço. E de certa forma eu quase acredito que sou melhor perdida do que encontrada.
Todas as estrelas que enchem o céu brilham diante dos meus olhos. Isso não faz sentido, assim como também é irracional ser eu melhor como perdida do que como encontrada.
Entretanto, todas as certezas do estar encontrada fazem de mim algo que não. Eis então que me perco e então eu sou o que sou, mesmo que em tantos momentos eu não lembre quantos anos tenho. Isso não importa mais. Estou viva, e perdida dentro de mim, descobrindo um mundo de infinitas possibilidades para tudo que posso ser. Gosto de mim assim, sendo um pouco de tudo e de todos, sendo por fim eu mesma. Ainda que não possa dizer de forma precisa o que isso significa. Eu não acredito que a alegria tenha desistido de mim, mas em alguns momentos, eu desisto dela sem medo.
E então eu me vejo nos meus olhos, nos dele e nos de tantos que eu amo com tudo em mim. Amar é o que me define. O amor não desiste de mim assim como eu não desisto dele. Vivemos um eterno estar juntos, contando regressivamente e infinitamente como se cada dia fosse a última oportunidade de amar.